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Câmara de Salvador aprova reajuste de servidores em sessão esvaziada e sob protestos

Professores criticam votação realizada fora do plenário; proposta não contempla piso da categoria.

Sob forte clima de tensão e protestos, a Câmara Municipal de Salvador aprovou nesta quinta-feira (22), o reajuste salarial para servidores públicos ativos, inativos e pensionistas. A votação, que contou com 33 votos favoráveis, ocorreu fora do plenário principal, em uma sala de comissões, longe do público e da categoria mobilizada, o que gerou críticas de parlamentares da oposição e revolta entre representantes sindicais.

O início da sessão foi marcado por manifestações de professores ligados à APLB-Sindicato, que acompanhavam o plenário em protesto contra o projeto enviado pelo Executivo municipal. Diante da ocupação, a mesa diretora decidiu suspender os trabalhos por meia hora e transferiu a sessão para uma sala reservada, o que foi visto como tentativa de evitar o enfrentamento direto com os servidores.

“Foi uma votação escondida, sem transparência, feita para passar um projeto que prejudica os trabalhadores da educação. Não aceitamos essa manobra”, afirmou Rui Oliveira, coordenador-geral da APLB. A principal crítica dos educadores é que a proposta aprovada não garante o pagamento integral do piso nacional do magistério, reivindicação central da categoria.

A bancada de oposição, que apresentou duas emendas ao projeto, ambas rejeitadas, se absteve da votação final. Segundo os parlamentares contrários ao governo, as alterações propostas buscavam corrigir distorções no texto, mas não foram sequer debatidas com a base aliada.

“A Câmara foi esvaziada da sua função de debate público. A sessão foi feita a portas fechadas, ignorando os servidores e atropelando o diálogo”, disse Hamilton Assis, vereador da oposição, que criticou a falta de abertura para negociação.

A APLB-Sindicato confirmou a continuidade da greve dos professores e anunciou novos atos. Nesta sexta-feira (23), a categoria realiza uma caminhada com concentração no Largo de Roma, em direção à Igreja do Bonfim. Uma nova assembleia está marcada para a próxima segunda-feira (26), quando o movimento avaliará os próximos passos.

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